Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)
Terapias Complementares

Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)



Alcaçuz - Glycyrrhiza glabra

Família:
Fabáceas (Leguminosas)

Nomes vulgare: Alcaçuz-doce, Pau-cachucho, Pau-doce, Raiz-doce, Regaliz.

Brasil:Alcaçuz-da-Europa, Alcaçuz-glabro, Madeira-doce.

Nome sânscrito: Yasthimadh

Habitat e distribuição: Planta herbácea perene, espontânea no Sudoeste europeu e no Sudoeste e Centro Asiático, muito cultivada em terrenos férteis, siliciosos e frescos, sem serem húmidos. Na Europa encontra-se a variedade typica, na Rússia a glandulifera e no Iraque a violácea.

Partes utilizadas: Raízes e rizomas do 3º ou 4º ano, colhidos no Outono, não mondados.

Constituintes: Saponósidos triterpénicos, ácido glicirrízico, glicirrizina, glicerretina, fitoestrogénos, flavonas, flavonóides e isoflavonóides, triterpenos, esteróides, hidroxicumarinas. Amido, (glucose) e holósidos (sacarose).

Farmacologia e Actividade Biológica: Acção antiulcerosa devido ao efeito anti-inflamatório e espasmolítico. Acção expectorante e mucolítica, antitússica, efeitos antivirais e antifúngicos. Todas essas acções são atribuídas à glicirrizina e à glicerretina que também são responsáveis pelos efeitos mineralocorticóides típicos de fármaco. O ácido glicirrízico transforma-se em ácido glicirrético. Essa substância química inibe a enzima que metaboliza o esteróide natural, o cortisol. Isso resulta na circulação desse esteróide em níveis mais elevados, com seus renomados efeitos anti-inflamatórios.

Usos Etnomédicos e Médicos: Bronquites, antitússico. Coadjuvante no tratamento de perturbações de tipo espasmódicas associadas a inflamações da mucosa gástrica (gastrites crónicas e úlceras duodenais). Inflamações virais do fígado. Tratamento de dermatites e estomatites, externamente.

Principais indicações: Gastrite, como preventivo da úlcera péptica, suavizante da tosse e da bronquite.

Contra indicações: Hipertensão arterial, doenças acompanhadas de hiperestrogenismo ou tumores estrogénio dependentes. Diabetes (pelo conteúdo de glúcidos.

Efeitos secundários e toxicidade: Pela sua actividade estrogénica e mineralocorticóide não deve ser administrada durante longo períodos, não mais de 6 semanas, nem em associação com medicamentos hipertensores ou corticóides. Pode elevar a tensão arterial, porque faz o organismo conter o sódio em demasia.

Medicina Ayurvédica e o Alcaçuz: Além da capacidade de adoçar, cinquenta vezes maior do que a do açúcar, o alcaçuz contém algumas substâncias medicinais terapêuticas. Possui vários usos potenciais em doenças dos sistemas respiratório e digestivo. O sabor extremamente doce faz do alcaçuz um aditivo ideal para disfarçar outros remédios e ervas de sabor menos agradável. O seu nome em sânscrito, yasthimadhu, significa (bastãozuinho doce”. O Alcaçuz é predominantemente doce e amargo e tem um efeito refrescante. Embora, pelo seu sabor adocicado e propriedade refrescante, talvez não se perceba o seu valor em situações Kapha, como na congestão do trato respiratório superior, a sua propriedade de libertar e eliminar muco supera o seu potencial de aumentar efeitos Kapha. A sua forte propriedade tende para Vata, enquanto a sua influência refrescante torna o alcaçuz especialmente útil para equilibrar um Pitta agravado.

Curiosidades: Das suas raízes extrai-se um suco que é vendido comercialmente com vários tamanhos e formas diversas. No Brasil costuma-se dar às crianças uma raiz de alcaçuz em forma de “chupeta” para amaciar as gengivas inflamadas.



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Fonte:
"Algumas das Plantas usadas em Fitoterapia"

Autora:
Maria da Luz Cardoso

(Trabalho apresentado à ESMOT - Escola Superior de Medicina Oriental e Terapias - como requisito para o Curso de Acupunctura e Fitoterapia)
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